Você sabe gastar?

A matemática governa o mundo, inclusive nossa vida financeira. Quando nos falta agilidade para pensar matematicamente, encontramos dificuldade, inclusive, para enfrentar as situações do dia-a-dia.

Os rituais da riqueza

Para Tod Barnhart, consultor financeiro e autor bem-sucedido na mesma área, existem cinco rituais da riqueza:

  1. Pague a si mesmo em primeiro lugar.
  2. Faça o que gosta e o dinheiro virá.
  3. Planeje e o mapa se transformará em território.
  4. O dinheiro flui para onde ele é mais bem-cuidado.
  5. É dando que se recebe. Doar e receber são os dois lados da mesma moeda.

Você sabe gastar?

A maioria das pessoas dirá que sabe e que para gastar, basta ter dinheiro! Se você pensa assim, precisará pensar diferente, caso queira viver bem financeiramente.

Gastar, assim como ganhar dinheiro, não se aprende na escola. Por sinal, é nos bancos escolares que uma série de conceitos equivocados sobre o assunto podem ser reforçados.

Apesar de todas as mudanças pelas quais o mundo tem passado, estranhamente, as noções sobre dinheiro e como obtê-lo têm se modificado muito pouco. O motivo disso é que tais noções se perpetuam pelos conselhos que são transmitidos de pais para filhos, sucessivamente. Então, quem sabe ganhar dinheiro sabe ensinar os seus sobre o assunto. Já quem não sabe é porque nunca teve sábios conselhos e, conseqüentemente, continuará transmitindo conselhos que não foram de muita serventia.

Em geral, os pais costumam repassar à escola a responsabilidade pelo sucesso financeiro de seus filhos. É na escola, pensam eles, que seus filhos aprenderão uma profissão, na qual trabalharão muito e poderão ganhar muito dinheiro. Por causa disso, as famílias pouco falam de dinheiro, exceto para reclamar da falta dele. No entanto, não é isso o que as pessoas abastadas fazem. Quem sabe ganhar dinheiro e valoriza essa habilidade, sem conceitos falsos ou preconcebidos, fala abertamente sobre dinheiro com seus filhos, complementando-lhes a educação acadêmica com a educação financeira.

Algum dia na vida, já ouvimos de nossos pais, tios, avós ou de alguma pessoa mais velha da família que, se quiséssemos ficar ricos, teríamos de trabalhar muito e estudar muito.

A relação entre trabalhar muito, estudar muito e riqueza é meramente casual.

 Educação é fundamental, mas a melhor herança que um pai pode deixar ao seu filho é a educação levada à competência de ação.

A forma como as pessoas gastam o dinheiro que possuem (e até o que não possuem) tem muito a ver com o repertório de crenças que elas têm.

Veja essa situação, por exemplo: uma pessoa que cresceu ouvindo dizer que para ser alguém na vida é preciso estudar, quando tem um filho, se esforça para dar a ele a melhor educação possível. Se ela sabe por experiência própria o quanto é difícil trabalhar e estudar, ela não deixa seu filho fazer isso e financia seus estudos e diversão. E dá a ele um cartão de crédito. Depois, quando o filho faz um rombo na sua conta bancária, ela diz que ele não sabe gastar.

Ela não pode criticar a forma como seu filho gasta o dinheiro; afinal, ela deu um cartão de crédito a um adolescente que, antes de aprender a ganhar, já está se especializando em gastar!

Emoção e compulsão

Um adolescente pode ser equilibrado em relação a gastar dinheiro, mas não se espera dele exatamente isso. Afinal, no início da adolescência, somos pura emoção. Mas, o que leva uma pessoa adulta a gastar, por exemplo, duzentos dólares em um vidro de perfume? Pode ser por prazer, mas, na maioria das vezes, é compensação e compulsão. E, nesse caso, não há dinheiro que chegue.

De onde vem o problema

O hábito de gastar emocional e compulsivamente faz parte do rol das programações mentais que precisam ser reprogramadas, cuja origem, geralmente, se encontra na infância.

Gastar, hoje, é um paliativo para todo tipo de desordens emocionais.

Assim como as crianças de hoje, os atuais jovens adultos e adolescentes também tiveram pais que trabalhavam o dia todo. A maioria desses pais, para compensar a atenção e o afeto que não tinham tempo de dar aos seus filhos, davam-lhes presentes. Muitas dessas crianças cresceram com esse link entre presentes e satisfação de carências emocionais. Assim, quando a ocasião se apresenta, elas não esperam mais os presentes dos pais, mas vão em busca de presentes, gastando o que têm e o que não têm.

Fala-se, hoje, em shopping-terapia para resolver problemas de baixa auto-estima, por exemplo. Por outro lado, existem grupos populares de apoio que tratam o tema com seriedade. Mas o fundamental é a pessoa perceber o abismo onde está se enterrando — e enterrando as suas chances de enriquecer — e reprogramar-se mentalmente para estabelecer relações saudáveis entre as suas emoções e o dinheiro, que são coisas totalmente distintas.

Dizem que há regras para ricos e para outras pessoas. Como você não terá condições de ensinar seus filhos a ganhar dinheiro, a menos que aprenda a fazê-lo, comece a prestar atenção no que as pessoas ricas fazem e aprenda com elas. Mantendo o foco correto, você verá que o milionário gasta com muito mais critério do que quem tem pouco.

O rico valoriza e respeita o dinheiro que possui, avaliando sempre o retorno que obterá com suas aquisições. Já as outras pessoas costumam gastar de forma emocional e do jeito que elas pensam que os ricos gastariam. Muitas vezes, acabam ostentando uma riqueza que não possuem, mas que poderiam possuir se adotassem os critérios dos ricos em relação a ganhar e, principalmente, a gastar dinheiro.

Afirmação para a Lei do Gastar (escreva-a três vezes, durante 21 dias

Tudo aquilo que eu gasto volta para mim multiplicado.